
O Supremo Tribunal Federal (STF) definiu nesta quinta-feira (3) medidas para combater a letalidade policial durante operações da PolÃcia Militar contra o crime organizado nas comunidades do Rio de Janeiro. As medidas foram definidas durante o julgamento definitivo da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 635, conhecida como a ADPF das Favelas.
Medidas adotadas
Câmeras nas viaturas - Em 180 dias, o estado do Rio deverá comprovar a instalação de câmeras nas viaturas das polÃcias Militar e Civil, exceto nos casos de uso para atividades de investigação. Os equipamentos já são usados nas fardas dos policiais.
Proporcionalidade no uso da força - As polÃcias deverão planejar antecipadamente as operações e fazer uso proporcional da força em cada ocasião;
Operações nas proximidades de escolas e hospitais - Devem respeitar o uso da força, principalmente, no horário de entrada e saÃda das aulas;
Reocupação territorial - Os ministros também determinaram que o governo do Rio elabore um plano de reocupação de áreas dominas pelas organizações criminosas;
Morte de policiais e de civis - Os agentes que atenderem a ocorrência devem preservar o local do crime até a chegada de um delegado responsável. O Ministério Público também deverá ser comunicado imediatamente;
Ambulâncias em operações policiais - Acompanhamento obrigatório de ambulâncias nas operações;
Policia Federal - O STF determinou a abertura de inquérito para apuração de crimes interestaduais e internacionais cometidos pelas organizações criminosas que atuam no Rio. O trabalho será para combater as milÃcias, tráfico de armas e drogas e lavagem de dinheiro;
Corregedorias das polÃcias - Esses órgãos, que devem acompanhar as ocorrências de mortes, terão prazo de 60 dias para finalizar o eventual processo disciplinar;
Buscas domiciliares - Somente durante o dia, exceto em situações de flagrante, não sendo itido o ingresso forçado de policiais, se não for nessa circunstância;
Acompanhamento psicológico de policiais - Obrigatoriedade de participação de policiais envolvidos em operações com mortes em programas de assistência psicológica;
Relatórios de operações policiais - A polÃcia deverá elaborar um relatório das operações e encaminhar ao Ministério Público;
CrÃticas
Durante o julgamento, o ministro Edson Fachin, relator do caso, rebateu crÃticas feitas às restrições da atuação da polÃcia que foram determinadas pelo STF e disse que as medidas contribuÃram para redução dos Ãndices de letalidade policial e de vÃtimas por disparos da polÃcia.
"Diante de qualquer narrativa de imputar a decisões do STF a responsabilidade de problemas graves e pré-existente à ADPF, problemas que tanto afligem a população do estado, hão de falar mais alto os fatos", afirmou.
Fonte: Agência Brasil